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Por onde anda os pensamentos

Luiz Carlos Lisboa

O céu, a noite, os pensamentos. Por que tantas perguntas e tão poucas respostas?

Há um momento em que o espírito quer ficar em silêncio, porque o jogo de perguntas e respostas não o encanta mais, Nesse instante, exatamente, ele começa a encontrar o que não esperava.

Quando olho a vida através do pensamento, das ideias que me foram dadas para entender o mundo, tudo parece arrumado em espaços separados, que se opõem e se combatem. Se percebo a vida sem qualquer noção prévia e consigo ver um pouco além da cortina das ideias, sei que nada existe separadamente, e nenhum julgamento é definitivo. Se essa visão é possível, não quero mais explicações sobre a vida sobre o mundo: estar vivo e em silêncio é mais que o suficiente.

Posso ouvir uma melodia ou ver um rosto pela milésima vez, e, no entanto, ouvir e ver como se fosse a primeira vez. Para isso basta que eu saiba que é meu olhar que está cansado, que é com os olhos de ontem que quero ver a realidade que começa agora, sem nada do passado nela. Uma realidade que renasce a todo o instante parece uma velharia inútil a olhos que não se renovaram. Se vejo o sempre novo de um modo sempre antigo, se julgo e interpreto em vez de apenas ver, não admira que me sinta mergulhado em tédio, apesar de toda a perfeição que me cerca.

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